Todo ser humano é falho, dotado de defeitos e qualidades, imperfeito. A perfeição é algo desumano, por isso mesmo devemos nos cobrar menos e exigir menos dos outros. É completamente normal conviver com o medo e atacar antes de ser atacado. Principalmente se vivemos num ambiente que é na maioria das vezes, hostil e desagradável. Quando o sujeito está fragilizado, ele tenta fragilizar o outro.
Como posso dar início ao tema de hoje sem parecer moralista, sem julgar e nem criticar um grupo de mulheres que ainda hoje fazem parte de um grande estigma social? Tarefa difícil, mas possível. Esse é o meu trabalho, tocar onde ninguém quer, olhar para onde ninguém olha e tentar de alguma forma ajudar. Isso é a Psicologia, refletir e buscar uma intervenção que resulte positivamente na vida de qualquer pessoa.
As Garotas de Programa, Prostitutas, Acompanhantes, Mulheres da Vida, Meretrizes, Damas da Noite, Profissionais do Sexo, são muitos os nomes que lhes dão, são mulheres que trabalham, se sustentam e muitas vezes gerenciam famílias de uma maneira que vai ao oposto das regras sociais, por isso mesmo são frequentemente excluídas e não contam seu trabalho abertamente em um círculo social. Frequentemente acabam adquirindo uma vida dupla, a questão da identidade é marcante, isso muda tudo. Esconder ou mostrar quem realmente são, o limite que se dá para um cliente, até que ponto é permitido conhecê-las. É um trabalho, porém não reconhecido legalmente, não possui FGTS, não irão receber aposentadoria, não existe o registro na carteira de trabalho para esta atividade. Sem este reconhecimento, cria-se um grande estigma, uma exclusão social.
É uma atividade que envolve grandes riscos, não apenas de doenças sexualmente transmissíveis, mas também da violência física, envolvimento com drogas e risco de morte. Diversos casos de violência e morte dessas garotas são abafados pela mídia e inúmeras são exploradas por cafetinas e/ou cafetões. Casos isolados são as que dizem ser bem sucedidas e felizes. Tudo isso está relacionado com a Pulsão de Morte, segundo a Psicanálise (Freud - 1920), somos todos constituídos pelas Pulsões de Vida e Morte. A Pulsão de Morte está ligada ao risco, ao perigo, autodestruição, ódio, agressividade e muitos aspectos negativos da vida. A Pulsão de vida é o contrário, é determinada pelas escolhas construtivas, amor, cuidado, proteção, segurança e outros aspectos positivos da vida.
É uma atividade que envolve grandes riscos, não apenas de doenças sexualmente transmissíveis, mas também da violência física, envolvimento com drogas e risco de morte. Diversos casos de violência e morte dessas garotas são abafados pela mídia e inúmeras são exploradas por cafetinas e/ou cafetões. Casos isolados são as que dizem ser bem sucedidas e felizes. Tudo isso está relacionado com a Pulsão de Morte, segundo a Psicanálise (Freud - 1920), somos todos constituídos pelas Pulsões de Vida e Morte. A Pulsão de Morte está ligada ao risco, ao perigo, autodestruição, ódio, agressividade e muitos aspectos negativos da vida. A Pulsão de vida é o contrário, é determinada pelas escolhas construtivas, amor, cuidado, proteção, segurança e outros aspectos positivos da vida.
Por trás de tudo isso, existe um ser humano, com seus sentimentos, pensamentos, sofrimentos e alegrias como qualquer um. Mas por qual motivo é tão complicado uma aproximação? O contato é empobrecido e hostil na maioria das vezes. No entanto, existem várias razões para tal postura. Uma delas é que ao passar do tempo, depois de tantas experiências vividas, conseguem criar uma "casca grossa" para se defender de qualquer coisa que pareça uma ameaça. Pode ser bastante desagradável entrar em contato consigo mesmo para qualquer ser humano. Sempre teremos questões dolorosas que preferimos não tocar. Uma delas é refletir sobre nós mesmos, sobre nosso passado e o que esperamos do futuro. Mas todas as pessoas são feitas de sonhos, e na visão da Psicologia Humanista, da Daisen- analyse por exemplo, temos uma reflexão a fazer : " Voltar as coisas mesmas", isso significa lembrar dos seus antigos sonhos, sua essência, tudo que você um dia quis e deixou para trás.
Uma frase que parece machucar muitas pessoas, é aquela que a maioria dos pais falam: " Ser alguém na vida". Mas o que é ser alguém na vida afinal? Pode ser um pedreiro, um pintor, qualquer pessoa que se sinta feliz e realizado em sua profissão podemos dizer que é alguém na vida. Não necessariamente ser um médico, advogado, juiz ou jogador de futebol. O importante é de fato se sentir bem naquilo que escolheu e ser reconhecido pelo seu trabalho. A diferença do Brasil para os Estados Unidos sobre essa parte do trabalho que envolve o sexo, é que lá é crime se prostituir, porém, fazer filmes eróticos é considerado profissão e tem até tapete vermelho para as premiações, existe uma valorização para quem atua em filmes. No Brasil não existe esta valorização, mesmo não sendo um crime se prostituir, não existe o tapete vermelho, a sociedade ainda condena demasiadamente essa atividade. Lidar com isso, por mais forte que a pessoa pareça ser ou queira parecer, não é uma tarefa fácil. Ainda mais quando acontece casos como o de Elize Matsunaga, que assassinou o marido que lhe tirou da prostituição. Esses poucos casos só distorcem ainda mais a imagem dessas mulheres, que em sua grande maioria são pessoas honestas, de família, mães, estudantes e em grande parte sustentam suas casas sozinhas, é heróico para umas e um sacrifício para outras. Cada pessoa tem sua perspectiva. Não se pode julgar o todo pela parte e nem a parte pelo todo. Cada caso é um caso! Eis a questão tão complexa da vida.
O que me pergunto é : O que faz falta para essas mulheres? Do que elas precisam além de dinheiro? Como tudo começou para elas entrarem neste caminho? Algumas famílias desestruturadas, a falta de um pai, de uma mãe ou diversas tragédias podem ser o gatilho para esta decisão. O mais importante é não deixar pra lá, não ignorar que essas pessoas fazem parte da sociedade, precisam de acolhimento, precisam ter voz e não este distanciamento que só deixa mais estigmatizada a forma de viver. Somos todos sujeitos divididos, vivemos em conflito, sempre existirá os dois lados da moeda e não devemos ignorar. Às vezes é a vida que escolhe. Contudo, é essencial deixar claro que essa atividade possui sim um prazo de validade, é uma escolha de vida que danifica o corpo e a mente, a terapia é um dos pontos de apoio fundamental para qualquer ser humano, principalmente para quem admite que precisa : " Faz parte da cura o desejo de ser curado." - Sêneca.
Acredito que um dia, boa parte dessas mulheres, garotas e meninas, vão dar início ao tratamento psicológico, que a terapia vai ser vista como algo bom e que faz parte da saúde cuidar da mente, buscar o fortalecimento emocional, descobrir potenciais e possibilidades que a vida tem a oferecer. " Não aceite nada que você não mereça!"
Um abraço!
Letícia.
Contato: leticiapsi2000@gmail.com
Uma frase que parece machucar muitas pessoas, é aquela que a maioria dos pais falam: " Ser alguém na vida". Mas o que é ser alguém na vida afinal? Pode ser um pedreiro, um pintor, qualquer pessoa que se sinta feliz e realizado em sua profissão podemos dizer que é alguém na vida. Não necessariamente ser um médico, advogado, juiz ou jogador de futebol. O importante é de fato se sentir bem naquilo que escolheu e ser reconhecido pelo seu trabalho. A diferença do Brasil para os Estados Unidos sobre essa parte do trabalho que envolve o sexo, é que lá é crime se prostituir, porém, fazer filmes eróticos é considerado profissão e tem até tapete vermelho para as premiações, existe uma valorização para quem atua em filmes. No Brasil não existe esta valorização, mesmo não sendo um crime se prostituir, não existe o tapete vermelho, a sociedade ainda condena demasiadamente essa atividade. Lidar com isso, por mais forte que a pessoa pareça ser ou queira parecer, não é uma tarefa fácil. Ainda mais quando acontece casos como o de Elize Matsunaga, que assassinou o marido que lhe tirou da prostituição. Esses poucos casos só distorcem ainda mais a imagem dessas mulheres, que em sua grande maioria são pessoas honestas, de família, mães, estudantes e em grande parte sustentam suas casas sozinhas, é heróico para umas e um sacrifício para outras. Cada pessoa tem sua perspectiva. Não se pode julgar o todo pela parte e nem a parte pelo todo. Cada caso é um caso! Eis a questão tão complexa da vida.
O que me pergunto é : O que faz falta para essas mulheres? Do que elas precisam além de dinheiro? Como tudo começou para elas entrarem neste caminho? Algumas famílias desestruturadas, a falta de um pai, de uma mãe ou diversas tragédias podem ser o gatilho para esta decisão. O mais importante é não deixar pra lá, não ignorar que essas pessoas fazem parte da sociedade, precisam de acolhimento, precisam ter voz e não este distanciamento que só deixa mais estigmatizada a forma de viver. Somos todos sujeitos divididos, vivemos em conflito, sempre existirá os dois lados da moeda e não devemos ignorar. Às vezes é a vida que escolhe. Contudo, é essencial deixar claro que essa atividade possui sim um prazo de validade, é uma escolha de vida que danifica o corpo e a mente, a terapia é um dos pontos de apoio fundamental para qualquer ser humano, principalmente para quem admite que precisa : " Faz parte da cura o desejo de ser curado." - Sêneca.
Acredito que um dia, boa parte dessas mulheres, garotas e meninas, vão dar início ao tratamento psicológico, que a terapia vai ser vista como algo bom e que faz parte da saúde cuidar da mente, buscar o fortalecimento emocional, descobrir potenciais e possibilidades que a vida tem a oferecer. " Não aceite nada que você não mereça!"
Um abraço!
Letícia.
Contato: leticiapsi2000@gmail.com
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